Lolita

Como ando com ressaca literária, resolvi que este mês de agosto vamos falar de filmes baseados em obras literárias. E como adoro polêmica, começaremos com Lolita.

Como sempre, começaremos pela história. O filme é narrado pelo nosso personagem principal, Humbert Humbert, que conta tudo do seu ponto de vista, falando com o espectador como se fosse um dos jurados. A história se inicia com sua chegada à casa dos Haze, composta pela viúva Charlotte Haze e sua filha Dolores Haze, chamada de Lo.

Ao chegar na casa onde ele passaria suas férias para trabalhar no seu romance, antes de se mudar definitivamente para Ramsdale, onde daria aulas de literatura no fictício Beardsley College, ele não fica totalmente satisfeito com o estado da casa no momento. No entanto, o que o convenceu a ficar foi Dolores, que ele apelidou ‘carinhosamente’ de Lolita. Lolita é uma menina bonita, agitada e desobediente de apenas 12 anos, pela qual ele se apaixona à primeira vista. Lolita se torna sua obsessão, a ponto de ele se casar com a mãe para não perdê-la.

Uma grande tragédia acontece: Charlotte morre atropelada, logo após descobrir, através de um diário, os verdadeiros sentimentos de Humbert em relação a ela. Após o ocorrido, Humbert vai até o acampamento de verão para buscar Lolita e começa a viajar pelo país com ela.

Lolita não é exatamente uma criança inocente; ela o provoca sexualmente, senta no seu colo, o beija e o manipula conforme seu interesse. Ela o usa, deixando-o cada vez mais obcecado por ela.

A temática do filme é claramente sensível, abordando assuntos pesados, como a obsessão de Humbert, o incesto e a pedofilia. A obsessão de Humbert me lembra muito Ferdinand de ‘O Colecionador’; ele precisa dela e a deseja mais do que tudo, buscando possuí-la de todas as formas possíveis. Incesto, porque mesmo não sendo filha biológica, ele se casou com a mãe dela, e pedofilia, porque ela é uma criança de 12 anos.

Tanto o livro quanto o filme receberam diversas críticas pela temática, mas não posso negar que a atuação, as filmagens e a trilha sonora foram perfeitamente encaixadas na obra. É uma obra clássica, com uma temática pesada, por isso não a recomendo para pessoas sensíveis a esse tema. Porém, recomendo pela narração, ritmo e estética que o filme nos traz.