Homem de Lata
Amor, uma palavra tão bela, independentemente do idioma. Amoure, Love, Liebe, el Amor… tantas palavras lindas para o único sentimento que eu gostaria de sentir.
Sou o homem de lata sem coração, nunca senti tristeza, raiva, alegria ou amor. O amor é o sentimento que mais gostaria de sentir, sentir essas tais borboletas no estômago, ficar ansioso para rever a pessoa e sentir o amor dela por mim.
Depois da derrota da Bruxa Má do Oeste, finalmente ganhei meu coração, sentimentos acompanhados pelo belo tic-tac das batidas do meu coração. Estava pronto para finalmente sentir.
Meu primeiro sentimento foi a tristeza, com a despedida da Dorothy, mas não estava sozinho: o Espantalho e o Leão estavam comigo para me consolar da dor da saudade. O conforto deles logo me trouxe a felicidade de ter amigos com quem podia contar para o que der e vier.
Permanecemos na Cidade das Esmeraldas. O Espantalho virou professor, e o Leão virou instrutor de autodefesa para que as pessoas tivessem coragem de enfrentar seus medos. E eu fui à busca pelo meu amor.
Conheci uma bela dama na padaria da Dona Cupcake. Seu nome era Algodão Doce. Ela fez jus ao seu nome, mas não conseguia sentir amor por ela. Ela era grudenta demais, fazendo meus braços colarem com a doçura dela. Logo me despedi dessa tentativa e segui procurando.
Dessa vez, foi uma bela moça das flores, que vendia suas rosas nas esquinas. Ela cheirava tão bem quanto as flores que vendia. Porém, ela nunca quis meu amor; ela negava, dispensava e humilhava. Senti a dor da rejeição. Pois bem, não iria desistir, porque era o amor que eu queria, e eu iria conseguir.
Conheci diversas damas e belas moças, mas sempre havia algo de errado. Será que era comigo? Será que tinha amor demais para dar? Ou era meu desespero por sentir esse sentimento?
No final, sigo tentando encontrar o amor que me acolha como eu sou e compartilhe da mesma intensidade que eu…
Mas será que o amor que eu tanto buscava já não estava ali? No olhar gentil do Espantalho, na coragem que o Leão me transmitia, na amizade sincera que nunca me abandonou? Talvez o amor não seja só borboletas no estômago, mas sim o aconchego de saber que nunca estarei realmente sozinho.
2 Comments
Rafael
Maravilhoso texto, amei ❤️
Leônidas Fachetti
Excelente texto, Emilly. Eu gosto da maneira como escreve. A premissa da história é simples e curiosa. Desenvolveu a ideia com objetividade e criatividade. O final, um tanto fatalista, nos faz pensar se a história dos personagens do mágico de Ozz não seria uma metáfora de nós mesmos (para tanto, teríamos que pensar no leão, no espantalho e no homem de lata como aspectos de nós mesmos e nossas falhas. Dorothy seria a nossa criatividade em resolver essas falhas e nos tornarmos completos. Parabéns pelo resultado).