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O Colecionador

A obra “O Colecionador”, escrito por John Fowles e publicado em 1963, teve sua estreia nos cinemas dois anos após o lançamento do livro. William Wyler, ao dirigir esta adaptação cinematográfica de “O Colecionador”, alcançou reconhecimento com três indicações ao Oscar, destacando o desempenho brilhante de Terence Stamp e Samantha Eggar, além do talento na direção de arte em preto e branco. Apesar de ser amplamente reconhecido, o filme, em minha opinião, deixa a desejar em alguns aspectos.

 A trama se inicia com Frederick, interpretado por Terence Stamp, capturando uma borboleta no campo. Ele é um ávido colecionador desses insetos, o que é mais tarde evidenciado em cenas posteriores. A abertura do filme nos leva a um campo grande, afastado da civilização, onde a ausência de ruas asfaltadas e carros em movimento cria uma atmosfera isolada, refletindo o distanciamento de Frederick da sociedade. À medida que a história se desenrola, Frederick encontra uma casa à venda, aparentemente antiga, feito com muita madeira e um extenso jardim. O destaque é uma porta alguns metros à casa, que leva a um porão. Este porão, na verdade, aparenta ser um antigo bunker.

 Frederick habilmente converte o bunker em um ambiente multifacetado, onde cada detalhe, desde a cama até o gramofone e a estante de livros, contribui para a complexidade do espaço, ecoando a mente meticulosa do personagem. Além disso, Frederick instala um armário atrás da porta, ocultando a existência deste segundo quarto.

 A narrativa se aprofunda quando Frederick, em seu furgão verde, observa e, finalmente, captura uma jovem de cabelos ruivos. Esse momento crucial revela as nuances das motivações de Frederick e as reações emocionais da vítima, aumentando a tensão na trama. Ele a leva para o quarto preparado, onde ela ficará detida. A trama desenvolve a dinâmica entre a mulher, revelada como Miranda, e Frederick, também conhecido como Caliban, conforme foi denominado no livro.

 Na minha perspectiva, a atuação de Terence Stamp é impecável, dando vida ao perturbador personagem de John Fowles de maneira cativante. Stamp incorpora todos os traços, manias e peculiaridades imaginadas ao ler a obra. Sua presença nos degraus é icônica, verdadeiramente personificando Frederick Clegg.

 No entanto, a interpretação de Samantha Eggar como Miranda deixa a desejar. Esperava uma personagem mais fiel ao livro, uma lutadora que oscila entre confrontar seu sequestrador e, às vezes, simpatizar com ele. Infelizmente, Eggar não consegue transmitir uma Miranda forte e versátil, tornando-a frágil e carente de profundidade.

 Apesar dessas críticas, “O Colecionador” permanece uma peça cinematográfica digna de ser incluída na lista de “clássicos imperdíveis”, proporcionando uma experiência única, embora talvez não atinja completamente as intensas emoções da obra literária original.

Índice

  • Atores: Terence Stamp (Frederick Clegg), Samantha Eggar (Miranda Grey)
  • Direção: William Wyler
  • Produção: Jud Kinberg, John Kohn
  • Roteiro: Stanley Mann
  • Gênero: Terror, Crime
  • Lançamento: 1965

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