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O Pequeno Príncipe

Nunca imaginei que um livro tão curto, pequeno e aparentemente infantil pudesse me tocar de tal forma. Ele abriu meus olhos para ver o mundo de um novo jeito, com novos valores. 

O Pequeno Príncipe começa com o encontro entre o piloto, que narra a história após sofrer um acidente com seu avião, e o pequeno príncipe no deserto do Saara. À medida que o piloto conhece o príncipe, descobrimos que ele vem de outro planeta, especificamente de um asteroide chamado B-612, e que, em sua jornada até a Terra, conheceu outros planetas. Cada planeta era habitado por uma “pessoa grande”. Primeiro, ele encontrou um rei que acreditava governar o universo; segundo, um homem vaidoso que gostava de ser admirado; terceiro, um bêbado que bebia para esquecer a vergonha de beber; quarto, um homem de negócios que contava as estrelas e acreditava possuí-las, trazendo assim riqueza a si mesmo; quinto, um acendedor de lampiões que seguia fazendo seu trabalho sem questioná-lo; e, por último, um geógrafo que nunca explorou seu próprio mundo.

A amizade que floresce entre os dois faz com que o piloto resgate uma visão perdida sobre a vida, que ele redescobre através da pureza e simplicidade do príncipe. Desta maneira, transforma-se a forma como o piloto enxerga o mundo, trazendo uma nova perspectiva que mescla a inocência infantil com a sabedoria adquirida pela experiência.

Cada planeta representa uma falha na sociedade humana: há pessoas egoístas que acham que governam o mundo; o narcisista que quer ser admirado por todos; os bêbados que tentam esquecer seus problemas através da bebida, mas, na verdade, não conseguem, mesmo bebendo quantidades absurdas de álcool; o trabalhador que faz seu trabalho sem questionar por que e para quem está fazendo isso; e, por último, as pessoas que vivem em seu próprio mundo e nunca experimentaram algo além disso.

A forma como Antoine de Saint-Exupéry conta a história é leve e de fácil compreensão. Ele narra de maneira poética e metafórica como vivemos no mundo adulto e como ele é visto pelas crianças. As metáforas usadas por Saint-Exupéry refletem questões universais sobre a condição humana e a sociedade, permitindo-nos refletir sobre como lidamos com o poder, a vaidade, a solidão e a rotina.

O livro também mostra como os adultos sempre procuram a aprovação de outros adultos, ocupando-se com coisas “sérias” e discutindo temas que, quando éramos crianças, considerávamos chatos, como política e trabalho. Os adultos perdem a capacidade de ver além do que estão vendo, ao contrário das crianças, que procuram achar diversos significados para a mesma coisa e se perguntam mais do que os adultos se aquilo deveria ser assim ou se haveria outro jeito de ser.

O Pequeno Príncipe nos lembra da importância de cultivar empatia, curiosidade e a sabedoria infantil. Sendo assim, é uma obra-prima da literatura, que foi traduzida para 300 línguas e dialetos diferentes e vendeu mais de 200 milhões de cópias. Mesmo décadas após sua publicação, as mensagens de O Pequeno Príncipe mantêm uma relevância impressionante no mundo contemporâneo, sendo, na minha opinião, uma leitura obrigatória. A capacidade de O Pequeno Príncipe de tocar leitores de todas as idades se deve à sua mensagem atemporal e à maneira como Saint-Exupéry entrelaça simplicidade e profundidade.

Talvez eu leia este livro novamente. Ouvi dizer que, a cada leitura, ele revela novas camadas de sabedoria e ternura. Mas algo que sempre vou guardar é: “Todas as pessoas possuem as estrelas, mas elas não têm o mesmo significado para todos. Para alguns, que são viajantes, as estrelas são guias. Para outros, elas não são nada além de luzes pequeninas no céu. Para outros, que são estudiosos, elas são problemas. Para um homem de negócios que eu encontrei, elas significam riqueza. Mas todas estas estrelas são silenciosas. Você, somente você, terá as estrelas como ninguém mais tem…”, “Numa das estrelas eu estarei morando. Noutra, sorrindo. E então, será como se todas elas estivessem sorrindo, quando você observar o céu noturno. Você, somente você, terá estrelas que podem sorrir.” A obra transcende gerações, lembrando-nos que, em qualquer fase da vida, devemos sempre olhar para as estrelas com os olhos de uma criança, encontrando nelas um significado que você resolveu dar para elas.

Obrigada pelo livro irmão, eu amei.

Índice

  • Autor:Antoine de Saint-Exupéry
  • Lançamento:1943
  • Gênero:Literatura infantil, Fábula, Novela, Ficção especulativa

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